ColunistasDestaquePe. José Raimundo (Mundinho)

Reflexão: Bacia do Rio Doce , nossa casa comum

O meio ambiente a ser preservado depende de nós!

Pe. Mundinho, sdn

A Campanha da Fraternidade 2017 tratou do tema Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida. A ecologia levam conta todos os seres vivos na natureza. Assim Bioma significa a “comunidade de vida”. Cada bioma possui características específicas devido ao clima, relevo, quantidade de água, tipo de solo que por sua vez, agregam diferentes tipos de plantas, animais e seres vivos típicos. Cada bioma apresenta ainda a população que vive nestes sistemas com seus traços culturais, costumes, tradições próprias de cada grupo humano que o compõe.

Ouça, abaixo, essa reflexão

A nossa região faz parte do bioma Mata Atlântica, Bacia do Rio Doce. Nossa diocese de Caratinga, com o objetivo de evangelizar os fiéis desta área, leva em conta os vários aspectos da realidade: âmbito religioso. político, econômico, sociocultural e ambiental.

A diocese é marcada pela diversidade da configuração social e cultural – cidades de pequeno porte, realidades rurais, centro urbanos, algumas situações críticas de áreas de periferia.

Constata-se as consequências do progresso tecnológico e científico: êxodo rural, crescimento da violência, desemprego e subemprego, pobreza, drogas, roubos.

A economia, em nossa região, baseada na pecuária e na agricultura, de matriz familiar, sobretudo no cultivo do café, tem ajudado muito a oferecer as condições necessárias de vida para a população.

Positivamente, destacamos a melhoria da qualidade alimentar; o incentivo a projetos de sustentabilidade; iniciativas de reaproveitamento, de reciclagem e de consumo responsável.

No entanto convivemos com a falta de conscientização nesse campo, o uso excessivo dos agrotóxicos; a prática de monoculturas; em muitas áreas a falta de saneamento básico, como para o tratamento da água, do esgoto e do lixo, o uso indiscriminado de descartáveis; a poluição de nossas águas e rios e a destruição de matas ciliares.

Em algumas áreas enfrenta-se uma crise hídrica, agravada pela monocultura, atingindo, de modo especial, as famílias mais carentes e empobrecidas e a produção agropecuária.

Já existem iniciativas, apoiadas pela Igreja que estão dando frutos e que se mostram promissoras, como o trabalho de reflorestamento e de conscientização para a preservação das matas e nascentes; a prática da reciclagem; o uso de meios diversos como palestras, blitz educativas, entre outras ações; como também a instalação de fossas sépticas; o projeto da permacultura (cultura de permanência), ajudando a preservar nascentes e “plantar água”, a participação nos conselhos municipais ligados à segurança alimentar, à agricultura familiar e à vigilância sanitária; a organização do Curso de Férias, na linha da conscientização fé e vida, com incidência no meio-ambiente; a constituição de uma comissão diocesana para o meio-ambiente e a participação em iniciativas, como a Romaria das Águas e da Terra e do Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce.

Passos maiores são necessários como o de estabelecer parcerias, acompanhar e cobrar dos poderes públicos ações concretas voltadas para a defesa do meio-ambiente; constituir um plano diretor que estabeleça ações conjuntas para serem assumidas, na Diocese, por todas as Paróquias e foranias e o investimento numa pastoral ecológica.

A “conversão ecológica” é pertinente e urgente: vivemos na natureza, necessitamos dela para sobreviver. Nossa região, rica e generosa, meio ambiente propício para se viver bem. Não podemos destruir este tesouro que Deus nos deu. Somos responsáveis e responsabilizados por sua existência.

Fonte:
IX Plano Diocesano de Pastoral (2017-2020), Diocese de Caratinga
Revista O Lutador, Ano LXXXVIII, nº 3886, Março 2017.

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