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Em época de colheita, propriedades viram alvo de ladrões

Dois registros já foram feitos pela Polícia Militar.

Para muitos produtores rurais da região, a colheita do café teve início em meados de abril e maio. A fase de colheita precoce em alguns lugares inicia mais cedo, onde o clima é mais quente e começa a aquecer o mercado cafeeiro. É nesse período também que a preocupação e a insegurança caminham juntas com os produtores, que são alvos de ladrões que agem na calada da madrugada para visitar as propriedades rurais. Aproveitam que os proprietários estão dormindo, e praticam o furto do café cereja, que, às vezes fica em meio a lavoura para ser transportado no dia seguinte até o terreiro da propriedade, onde inicia a secagem por secadores ou até mesmo no sistema tradicional.

Recentemente, a Polícia Militar fez dois registros de invasão a propriedades rurais por ladrões, que utilizaram dois carros para transportarem café cereja. Uma propriedade fica no Córrego Boa Vista e a outra localizada em Pontões. Da primeira levaram 30 sacas de café que ficaram à margem da estrada na lavoura, para serem transportadas no dia seguinte. Na segunda propriedade, os ladrões utilizaram dois veículos para transportar o café furtado.

Nesse segundo caso registrado, policiais militares do Destacamento de São João do Manhuaçu estavam fazendo patrulhamento no perímetro urbano, perceberam que dois carros chegaram na rodovia pela estrada que liga Pontões à BR 116. Passaram a acompanhar um dos veículos suspeitos, que aparentava estar pesado. Ao dar sinal de parada, o motorista acelerou e passou a desenvolver velocidade máxima, perdeu o controle e saiu da pista. O motorista conseguiu fugir por um matagal. Enquanto a abordagem era realizada, uma pick-up Strada que seguia atrás também levantou suspeita, pois o condutor ao perceber a perseguição e abordagem, acelerou e conseguiu fugir em sentido a Orizânia. O carro abordado estava carregado de café cereja, que a polícia suspeita ser café furtado em uma propriedade em Pontões.

As fazendas produtoras de café são alvos dos bandidos pois, nessa época da safra, o produto fica espalhado sendo preparado ou armazenado antes da venda. A máquina usada para a colheita também atrai os assaltantes. Produtores contabilizam prejuízo, que seria a diferença do retorno da colheita, que acaba levado inesperadamente.

Patrulha Rural entra em ação no campo

Para garantir a segurança às famílias no campo, principalmente no período da colheita, o Comando do 11o Batalhão da Polícia Militar tem realizado o policiamento preventivo em toda a área, por meio da Patrulha Rural. Com essa aproximação da Polícia Militar e cafeicultores, torna-se prática a ação de combate à criminalidade na zona rural, sobretudo no período da colheita de café. Coordenada pelo Ten. Robson, a Patrulha Rural atende os Setores 2 e 3. O Segundo Setor compreende Ponte do Silva, Córregos Boa Vista, Nascentes e adjacências. Terceiro Setor compreende Monte Alverne, Barreiro e adjacências, – num total de 35 córregos – recebem a visita e a cobertura da equipe Patrulha Rural. Durante as reuniões com os produtores, os policiais passam dicas para que os moradores trabalhem com o sistema de Rede de Agricultores Protegidos, que é a participação solidária e mútua dos cafeicultores para que possa inibir a ação criminosa. Segundo o Ten. Robson, o trabalho é realizado durante o ano, devido as ações contínuas do homem no campo. No período da colheita existe maior movimentação de dinheiro e pessoas estranhas trabalhando. No restante do tempo, os produtores adquirem ferramentas, adubo e faz algum tipo de investimento.

A Sgt. Dalva e Cb. Matheus destacam a vantagem dos cafeicultores estarem mais atentos, e que passem a utilizar como forma de pagamento online ou cheque. Eles explicam que a segurança na hora de pagar os trabalhadores com dinheiro é muito arriscada. “Todo cuidado é pouco. Hoje, a melhor forma é o trabalhador ter a conta particular para receber os dias trabalhados. O produtor também terá mais facilidade fazendo a transferência online e o pagamento”, detalha Cb. Matheus.

O Ten. Robson explica que, para ter a segurança no campo é preciso que todos estejam observando a presença de pessoas estranhas rondando a propriedade, e denunciar imediatamente. Assim, as ocorrências de furtos e roubos nas fazendas locais podem ser reduzidas. Os produtores precisam estar participando da Rede de Agricultores Protegidos, que conta com grupos de WhatsApp ligados à polícia. “O produtor precisa atentar, não ficar guardando dinheiro em casa e à mostra de pessoas estranhas. Também é interessante observar a presença de pessoas e carros suspeitos nas redondezas”, destaca Tenente Robson.

Eduardo Satil – Tribuna do Leste

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