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Reflexão: Alguém me tocou

Pe. Mundinho, sdn

Os Evangelhos narram as várias intervenções de Jesus na vida dos enfermos, dos coxos, dos paralíticos, dos cegos. Ele não resistia aos apelos, às amarguras dos doentes e acabava por realizar alguma cura, transmitindo a eles, novamente, a vontade e a alegria de viver. Certa vez, fez questão de manifestar que alguém o tinha tocado. Ele queria fazer algo mais para aquela pessoa que acreditou na sua força (Mt 5,25-34). Ao identificar a mulher lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada desse sofrimento”.

O “tocar” em Jesus transformou a vida daquela mulher. Não só a doença foi afugentada, mas a dignidade foi resgatada. Ela pode caminhar livre, com saúde e gozar das benesses da vida.

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Hoje, como grande desenvolvimento da medicina e da indústria farmacêutica, com medicamentos fantásticos, aplicações e tratamentos especializados, muitos ainda padecem com a dura realidade do câncer. Para a medicina oncológica, prevalece o ideal do tratamento: oferecer uma “melhor qualidade de vida” para o paciente.

Os cientistas estão à procura da cura definitiva. Tratamentos preventivos têm ocupados os responsáveis pela saúde. Há a possibilidade de se diagnosticar a doença ainda nos inícios e debelá-la em definitivo. Mas qualquer descuido pode se tornar fatal.

Grupos e instituições formaram-se em vista de dar apoio e solidariedade aos acometidos pelo mal. A União Internacional de Controle do Câncer (UICC) criou o Dia Mundial do Câncer para reforçar a importância de adoção de hábitos saudáveis, atitudes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, fundamentais para o controle da doença.

Mais do que uma data, é um movimento global que une a população do mundo inteiro na luta contra o câncer com o objetivo de salvar vidas através da sensibilização e educação sobre as atitudes de prevenção da doença.

Campanhas são promovidas. Iniciativas diversas são realizadas durante o ano todo para marcar o cuidado com os pacientes. São registrados gestos maravilhosos de solidariedade, de caridade, de fraternidade,  de crer que compartilhar conhecimento e ajuda é tão importante para a saúde.

“Alguém me tocou”, constatava Jesus no Evangelho. Torna-se necessário “tocar” em Jesus, na pessoa do irmão ou da irmã que sofre para reanimá-la na fé e na vida. Acima da doença está a pessoa humana que merece todo nosso respeito e carinho. Não podemos deixar de apontar os que se debruçaram sobre o problema deste mal para oferecer alívio aos necessitados. Familiares, parentes e amigos, vizinhos e profissionais, gente de bom coração se dedicam nos cuidados dos irmãos e irmãs cancerosos. Cito aqui duas instituições que cuidam dos enfermos cancerosos: o Hospital do Câncer de Muriaé-MG e o Hospital de Câncer de Barretos – SP. Iniciativa pessoal, privada, que se empenhou na criação e sustentação destas instituições para atender o público da região e de outras partes do Brasil. Nosso louvor e gratidão a estes que se empenham nesta missão.

HOSPITAL DO CÂNCER DE MURIAÉ da Fundação Cristiano Varella

A Instituição localizada às margens da Rodovia BR-116 em Muriaé/MG, foi constituída em 04 de setembro de 1995, para atender os pacientes vítimas do câncer. O Hospital faz parte da Fundação Cristiano Varella, idealizada pelo empresário e político Lael Vieira Varella, para eternizar a memória do seu saudoso filho, que, aos 22 anos de idade, faleceu tragicamente vítima de um acidente automobilístico no dia 03 de outubro de 1994.

Atualmente, atende a mais de duzentos e sessenta municípios de Minas Gerais e ainda de outros estados, com uma abrangência populacional de mais de quatro milhões de habitantes. Hoje se mantém através dos recursos gerados pelos serviços prestados, sendo 92% de assistência ao SUS, além de doações e recursos públicos.

O Hospital é considerado de médio porte, com o total de 146 leitos ativos e 5 salas cirúrgicas. Conta ainda com um total 48 (quarenta e oito) leitos de quimioterapia ambulatorial, 3 (três) salas de radioterapia, ampla estrutura de consultórios, além de diversos serviços de diagnóstico.

A instituição oferece à população uma série de serviços que vão além do tratamento oncológico. No campo da prevenção a instituição utiliza um ônibus consultório para realizar campanhas na região, visando à promoção da informação e o diagnóstico precoce da doença, prevenção primária e secundária. O hospital conta ainda com a Casa de Apoio, inaugurada em 2006, para o acolhimento de pessoas de localidades distantes que vêm em busca de tratamento e permanecem hospedadas gratuitamente. Possui 138 (cento e trinta e oito) leitos para atendimento com suporte de uma equipe especializada e multiprofissional além de todos os serviços de hospedagem e 5 (cinco) refeições diárias.

 

HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS da Fundação Pio XII

O hospital, especializado no tratamento de câncer, foi idealizado na década de 60 para atender os inúmeros pacientes que apareciam no Hospital São Judas de Barretos com a doença, em sua maioria, previdenciários de baixa renda, com alto índice de analfabetismo. Em 27 de novembro de 1967, foi instituída a Fundação Pio XII pelo Dr. Décio Pacheco Pedroso, diretor do INPS, para atender pacientes portadores de câncer e que tinham dificuldades de buscar tratamento na capital, por falta de recursos e receio das grandes cidades, além da imprevisibilidade de vaga para internação.

No ano de 1989, Henrique Prata, filho do casal de médicos fundadores do hospital, abraça a ideia do pai e com a ajuda de fazendeiros da cidade e da região realiza mais uma parte do projeto.

O projeto se mantém com a ajuda da comunidade, de artistas, da iniciativa privada e com a participação financeira governamental.

 

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