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Violência no Coqueiro: audiência pública abordará situações emergenciais da comunidade

 02Acontece nesta terça-feira, 21/02, às 18h, na Câmara Municipal, uma audiência pública envolvendo moradores do bairro Coqueiro. Devido a situações que vem afligido o bairro, como tráfico de drogas, venda de bebidas a menores e perturbação do sossego, a mobilização tentará viabilizar uma força conjunto entre diversos segmentos da sociedade para sanar os problemas que vem causando desconforto a população.

O bairro, que já foi considerado residencial, tornou-se o principal ponto de lazer noturno de Manhuaçu. As atividades começam na quinta-feira e se estendem até a madrugada de domingo. Além da movimentação noturna intensa, o Coqueiro também conta com algumas das principais faculdades de Manhuaçu, o que acarreta em grande tráfego de carros e ônibus, principalmente durante o horário de pico e intensa movimentação de estudantes. Esses fatores tornam o bairro em um verdadeiro caldeirão cultural.

Entretanto, as questões que vem tirando o sono dos moradores, principalmente aqueles que residem às margens da Avenida Getúlio Vargas, são as diversas práticas ilícitas que acontecem nas ruas, muitas vezes cometidas por menores de idade, haja vista as abordagens da Polícia Militar, em que menores de idade são apreendidos, portando bebidas, comercializando drogas ou mesmo se prostituindo. Sem esquecer de crimes mais pesados ocorridos recentemente no bairro, como o assassinato de uma jovem de 13 anos, ocorrida em agosto de 2016.

Por isso, a Associação de Moradores do Bairro Coqueiro lidera uma mobilização que culminará na audiência pública a ser realizada na próxima terça. Por se tratar de um local frequentado por grande parte da população, a reunião será direcionada a questões pertinentes as defasagens do local e as possíveis melhorias que podem vir a ocorrer após a audiência, segundo o vice-presidente da Associação, Keller Filgueiras.

“Eu vejo a situação do bairro com uma necessidade de intervenção. E a primeira medida foi tomada, que é essa audiência pública, teremos a participação dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. O bairro necessita de regulamentações acerca de questões que afligem os moradores e, ao mesmo tempo, os comerciantes. Essa desarticulação entre os segmentos que estão no Coqueiro traz prejuízos a todos que aqui se encontram, por isso é necessário harmonizar os interesses, porque, da forma que está não tem como. Nós, moradores, notamos uma violência crescente, uma ocupação dos espaços públicos de forma desordenada, uma situação de uma iluminação e poda de árvores desadequada, e a questão da segurança que vem trazendo um grande transtorno para a comunidade”, enfatiza.

De acordo com Keller Filgueiras, a parceria com a Polícia Militar é fundamental no controle das situações citadas, visto que sem a ajuda dos militares a situação poderia ser pior. Entretanto, ele afirma que a PM já narrou aos moradores a necessidade de uma articulação maior, pois agir sozinha fica complicado. “É imprescindível uma participação do Conselho Tutelar, Juizado de Menores e uma articulação com o Executivo e Legislativo para que essa engrenagem funcione”.

Articulação para audiência pública 

A Associação de Moradores do Bairro Coqueiro já vinha trabalhando com temas que seriam debatidos na Câmara. Entretanto, com a ajuda do vereador Juninho Linhares, que estará à frente da audiência do dia 21, a entidade conseguiu nortear as ações que serão realizadas na Casa Legislativa, tendo em vista que as demandas eram, de certa forma, extensas. Em uma reunião realizada na última segunda-feira, 12, os membros da Associação, juntamente com Linhares e o Tenente Luiz Hott finalizaram as atividades que serão desenvolvidas na prática no dia da mobilização. “A partir de um grupo criado na rede social Whatsapp, criado pela PM, os moradores apresentaram as suas propostas de melhorias para o bairro. Durante a reunião do dia 12 levamos esses temas para a coordenação, com o objetivo de analisar o que deveria ou não ser abordado durante a audiência, ou seja, o que nós vamos apresentar na mobilização não é tudo que precisamos, mas é aquilo que é de urgência para a comunidade. Enxugamos a pauta o máximo possível para que ela se tornasse mais objetiva possível e se encaixasse dentro dos temas que vamos abordar. Muita coisa foi eliminada, mas não esquecida”.

Keller Filgueiras também destaca uma situação que não pode ficar ocorrendo: a mudança de moradores do bairro devido a perturbação do sossego provocado por pessoas que não possuem o mínimo de respeito com a condição humana. “Não podemos continuar convivendo com uma situação que vem ocorrendo no bairro, no qual moradores de 70, 80 anos, que possuem imóvel no bairro e moram aqui há vários anos, se mudam do Coqueiro justamente porque é impossível uma pessoa nessa idade conseguir conviver com tamanha falta de respeito. Acho que o maior desafio é justamente reestabelecer a ordem, no sentido de conviver de forma harmoniosa, não expulsando um idoso de 70, 80 anos. Isso é lamentável”, esclarece.

Participação da Polícia Militar 

O comandante da 72º Companhia de Polícia Militar, tenente Luiz Hott, avaliou positivamente a reunião do dia 12, pois os assuntos em pautas são os mesmos que a população do bairro vem reclamando há tempos, como a perturbação do sossego, e fiscalização dos comércios (alvarás, questões sanitárias) por parte da Prefeitura. O militar ainda informou que a Polícia Militar continuará mantendo operações conjuntas de forma a levar tranquilidade para comunidade ordeira para os moradores e todos que frequentam o bairro Coqueiro. “A grande maioria da população do Coqueiro é composta de moradores residenciais. E muitas vezes o som ligado até altas horas e badernas promovidas por infratores –  que não vão ao local para aproveitar a noite, mas sim para promover algazarras, em detrimento da grande maioria que vai ao local para aproveitar a noite, acabam trazendo uma preocupação para os residentes do bairro e frequentadores do ambiente”.

Luiz Hott conclama outras entidades a participar da audiência, como forma de dialogar a respeito de problemas e juntos buscarem mecanismos para sanar questões que vem sendo sinônimos do bairro Coqueiro. “Algumas vezes, só a Polícia Militar atuando não é suficiente. Em algumas situações existe a necessidade de fiscalização da Prefeitura, a implementação de leis ou emendas por parte do Legislativo, através dos vereadores, que vão auxiliar no serviço desenvolvido pela Polícia Militar, além da participação do Comissariado de Menores, Conselho Tutelar, juntamente com a Polícia Civil, para melhoramos a qualidade de vida da comunidade do bairro Coqueiro”, finalizou.

Abaixo, a entrevista com o vice-presidente da Associação de Moradores do Bairro Coqueiro, Dr. Keller Filgueiras:

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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