Reflexão: A vida na cidade…
Pe. Mundinho, Sdn
Viver na cidade exige muito de nós!
A vida urbana se dá no ajuntamento, na proximidade, no ver, no ouvir, no deparar-se com o outro, de cara a cara. O encontro que se transforma em confronto de identidades, de espaço, de tempo regrado, de presença estudada. A cidade acumula gente, ideias, ideologias, comportamentos, posturas e atitudes diferentes, semelhantes e iguais!
Os territórios de nossa vida social são cada vez mais complexos e diversos O ajuntamento social de casas e de prédios, de edifícios e de ruas, de avenidas e de becos, de calçadas e de passarelas, de pedestres e de veículos, de calmarias, mas também de correrias desafiam nossa paciência. O stress aparece! Muitos não suportam o barulho. Ninguém gosta de esperar e nem pode aguardar. Filas e mais filas esgotam a paciência de qualquer um.
Nesta nova condição urbana revelam-se identidades pluralizadas e práticas inteiramente novas de apropriação material e simbólica do espaço e do tempo. A diversidade cultural, a multiplicidade de usos urbanos e a difusão de tecnologias de comunicação invadiram e influenciaram o nosso cotidiano. As múltiplas escalas do viver a cidade nos acercam de oportunidades de aprendizagem social, de descoberta de outros diferentes e da constituição de sentidos plenos para a vida.
A cidade nos obriga a ter comportamentos bem regrados, limitados. Surge a necessidade de sabermos conviver com o “ajuntamento” urbano. Convivemos com várias e diversas “liberdades”. Às vezes não fomos treinados para isto. As circunstâncias é que nos obrigam a termos posturas que leve em conta certo ditado: “minha liberdade termina quando se inicia a liberdade do outro”.
Temos que cultivar a paciência, mais ainda, a tolerância! Não se pode sobrepor o outro. Nem sempre minha vontade, meus anseios e meus desejos (ou minhas necessidades) vão prevalecer. Tem gente igual, com direitos iguais. Tem deveres iguais! A responsabilidade é coletiva. É pessoal e comunitária. Todos deverão se empenhar ou se comprometer com a vida, com a boa qualidade de vida de um convívio se não por amor, mas por força da lei social que obriga o cidadão a respeitar os demais. “Para a realização plena da possibilidade de viver a cidade se faz indispensável a qualidade social e política do espaço público. Para além do Estado e do Mercado há novas dimensões de pensar a construção de referências para a vida em sociedade” (Jorge Luiz Barbosa, coordenador do Observatório de Favelas in Cidade e Território: desafios da reinvenção política do espaço público).
O coletivo prevalece. Permanece o espírito comunitário que vai contemplar o direito de todos. Regras e normas serão estabelecidas e o cidadão, ou citadino, não poderá infringir sob pena de infração, de multa ou de correção policial e de pena judicial.
É nesse sentido que a retomada do papel da sociedade civil como instancias política é necessária e inadiável.
A comunidade do Coqueiro atravessa momento de desconforto com a má vivencia de alguns que não levam em conta o bem social, a qualidade de vida no espaço público. Todos têm direito ao bem estar, à tranquilidade da rua e do bairro, enfim da cidade.
A grande confluência de pessoas no bairro, devido a localização de alguns campus universitários acabou por gerar uma demanda para atender às necessidades da população universitária (alunos, professores, servidores).
Quando foi traçada a Avenida Getúlio Vargas, certamente que não se pensava que um dia ela seria o palco de uma grande população transitando em curto espaço. Cresceu o número de usuários, mas a avenida não aumentou de tamanho. Continuou com o mesmo espaço físico.
Além disto, surgem oportunistas e vândalos que aproveitam da situação para “avacalhar” a realidade local. “Excessos” acabam gerando conflitos sociais, brigas, barulhos excedentes, que exigem a presença da força policial para reprimir comportamentos não condizentes. Tais comportamentos colocam em risco a vida e a “saúde” dos habitantes do bairro e dos que frequentam a região.