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Moradores do Barreiro e estudantes enfrentam perigo em ponte quebrada

Moradores pretendem fechar a rodovia em protesto nessa quinta-feira 

Desde janeiro do ano passado, moradores do Barreiro e Barra do Jaguaraí começaram a alertar para a situação da ponte sobre o Rio Manhuaçu, que estava tomada por um acúmulo de mato em sua base, impossibilitando a passagem do fluxo da água, lixo e até animais mortos.

Com isso, a água foi desviando para as laterais e acabou provocando uma cratera na cabeceira da ponte, que não suportou e partiu. Por várias vezes houve o reparo, mas em dezembro os moradores adjacentes despertaram com o barranco descendo e uma nova cratera se formou e a ponte foi interditada.

Agora com o retorno às aulas, os alunos fazem um enorme sacrifício para chegarem à MG 111, onde aguardam o transporte escolar. Muitos alunos vêm acompanhados pelos pais, que temem uma situação pior, visto que, nos dias em que chove e as águas aumentam, eles atravessam de “bote” cedido por moradores que auxiliam a chegarem na MG 111.

Os pais de alunos e até mesmo quem mora nas imediações, estão revoltados com o esquecimento daqueles que deveriam estar zelando e oferecendo o mínimo de comodidade para que os alunos pudessem chegar à escola com segurança.

Durante a permanência da reportagem no local, encontramos com Vanessa Marques e Márcia Nunes Ferreira, que moram na Barra do Jaguaraí. Elas contam que todos os dias saem de casa às 9hs com as crianças, que caminham três quilômetros até a travessia no rio. “Aqui, tem dia que o coração aperta ao ver nossos filhos entrando no bote, para chegar do outro lado. Chegam na escola molhados, sujos de barro e ninguém faz nada”, desabafa Vanessa Marques.

Com tristeza no olhar, Márcia Nunes Ferreira relata que os alunos não estão sendo respeitados e os pais não estão sendo ouvidos. “É desumano o que nossas crianças estão passando. Onde está o respeito para com elas? Todos os dias é o que você está vendo. Suadas, pés sujos e enfrentam o medo ao serem obrigadas atravessarem de bote para não perderem aula”, conta Márcia Nunes.

A moradora Maria do Carmo de Jesus também manifestou sua insatisfação pelo descaso com os alunos e com a comunidade, que necessita da ponte para ter acesso a MG 111. Até nas celebrações, o número de fieis diminiu devido a péssima condição da ponte. “É uma situação emergencial e alguma coisa tem ser feita. O fato de não terem removido as plantas aquáticas quando a comunidade pediu acabou na queda da cabeceira da ponte. Agora os alunos são obrigados a pagar por isso? Desabafa Maria do Carmo de Jesus.

Em contato com a Secretaria Municipal de Obras, a reportagem obteve a informação de que a prefeita de Manhuaçu já entrou em contato com o Departamento de Estrada e Rodagem (DER) a fim de solicitar que, a equipe especializada de engenharia em pontes venha ao local para realizar um levantamento sobre a real situação da estrutura, visto que, o município de Manhuaçu não se dispõe de mão de obra especializada.

Mobilização da comunidade

Os moradores da comunidade e proprietários rurais do barreiro, cansados de esperar por uma resposta e percebendo a dificuldade dos alunos para terem acesso à escola iniciaram uma mobilização, para a realização de uma manifestação a fim de chamar a atenção dos representantes dos municípios de Manhuaçu e Reduto. Na próxima quinta-feira haverá o fechamento da MG 111, no Barreiro, com a participação de todas as famílias e até mesmo alunos, que sofrem com o descaso. Os idealizadores estarão confeccionando faixas, para que todos possam entender o motivo da revolta da comunidade.

 

Abaixo, ouça a reivindicação dos moradores

Abaixo, ouça a entrevista com o secretário de obras, João Amâncio 

Eduardo Satil – Tribuna do Leste

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