Minas Gerais registra queda nos desaparecimentos e aumento na localização das pessoas
Quantidade de casos caiu 5% e em mais da metade deles o desaparecido foi localizado. Polícia Civil alerta a importância da comunicação imediata
As estatísticas do sistema de Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) apontam que em 2016 a quantidade de registro de desaparecidos reduziu 5%, passando de 9.503, em 2015, para 9.022 no ano passado. E a quantidade de pessoas localizadas aumentou. Em 2016 foram 4.767 registros, correspondentes a quase 53% do total de desaparecidos. Já no ano anterior o indicador ficou em torno de 48%, 4.570 registros de localização.
Contudo, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) alerta que muitas pessoas ainda acham que é preciso aguardar 24 horas para registrar o desaparecimento de uma pessoa. Na verdade, é o contrário. Para desconstruir esse mito com a população e até com alguns profissionais de segurança pública, a polícia mineira reforça a orientação.
De acordo com a delegada Elizabeth Freitas Assis Rocha, responsável pela Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida, todo tempo e dados sobre o desaparecido são relevantes para a localização.
Perfil dos desaparecidos
Do total de registro de ocorrências de desaparecimento no estado, em 2016, a faixa etária com maior número de casos é de 12 a 17 anos, em torno de 38,5% (3.470 ocorrências).
“O adolescente costuma ter um mundo paralelo ao ambiente familiar. É importante acompanhar a rotina, redes sociais, lugares que frequenta, quem são os amigos e rendimento escolar. Há casos em que os pais chegam com uma narrativa e quando vamos investigar vem a surpresa para a família. Por isso o diálogo é sempre importante”, ressalta Elizabeth Rocha.
A delegada conta que entre os motivos para sair de casa estão revolta por imposição de limites (amizades, namoro, festas etc) e fuga de violência doméstica e de abuso sexual.
Um segundo grupo de destaque são pessoas entre 35 e 64 anos, cerca de 26% do total registrado no ano passado, o que corresponde a 2.351 ocorrências. A delegada explica que a motivação para o desaparecimento nesse grupo é variada.
“No caso de homens, é mais comum em situações de dívidas, dependência química e constituição de nova família. Já em relação a mulheres, por exemplo, em virtude de violência doméstica. Inclusive, chamo a atenção para importância do registro de violência contra a mulher”, destaca Elizabeth.
“Sabemos do transtorno que o desaparecimento traz à família, por isso, além da investigação prestamos esse apoio com psicólogo e assistente social. Quando conseguimos encontrar a pessoa, temos o sentimento de dever cumprido e, principalmente, de proporcionar conforto para a família. O nosso objetivo é a pronta-resposta para que a pessoa seja localizada com vida”, destaca a delegada Elizabeth Rocha.
Comunicado de localização
Tão importante quanto o registro da ocorrência de desaparecimento é o comunicado de localização da pessoa. “Assim que o ente é encontrado, a família deve procurar a Polícia Civil para registrar o fato. Isso é importante para cessarmos o alerta e concluirmos a investigação, possibilitando empreender mais tempo em outros casos ainda não resolvidos”, orienta Elizabeth Rocha. Esse comunicado pode ser feito pessoalmente em uma unidade da PCMG ou via Delegacia Virtual.
Ajude! Quem tiver informações sobre pessoas desaparecidas deve ligar para o telefone 0800 2828 197 (ligação gratuita e sigilosa).
Agência Minas