Hemonúcleo destaca procedimentos para doação de sangue devido ao surto de febre amarela
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Diante da confirmação do surto de febre amarela envolvendo quatorze municípios mineiros, a Fundação Hemominas adota medidas preventivas na triagem que reforçam a segurança transfusional e não comprometam a qualidade do sangue. Desde o dia 16 de janeiro, passaram a ser adotados novos critérios para Triagem clínica de Doadores durante a situação de surto de Febre Amarela em Minas Gerais.
A primeira medida é o reforço da importância de o candidato a doação de sangue fornecer informações sobre viagens e visitas às áreas afetadas e ampliadas. Caso o doador seja proveniente das áreas afetadas e ampliadas, ele ficará 30 dias inapto para realizar sua doação, conforme explica o coordenador do Hemonúcleo de Manhuaçu, Dr. Jadilson Wagner. “Seguimos protocolos definidos pelo Ministério da Saúde, que fazem uma certa restrição quanto a doações. O critério maior para a doação continua, ou seja, a pessoa tem que ter entre 16 e 69 anos de idade e possuir boa saúde.
Em relação as pessoas que foram vacinadas contra febre amarela, elas têm que passar um período de trinta dias para vir fazer a doação de sangue”. O médico explica que o grande cuidado é focado justamente nas pessoas que tomaram a vacina recentemente e por isso possuem um período de impedimento temporário para fazer a doação de sangue.
Quanto as pessoas que não se vacinaram contra a febre amarela e desejam doar sangue, Dr. Jadilson Wagner explica que é importante levar o cartão de vacina até o Hemonúcleo, para confirmar que tenha tomado pelo menos uma dose da vacina de febre amarela acima de 30 dias e em menos de dez anos. “Essas iniciativas são oriundas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e caracterizam que a pessoa está imunizada contra a febre amarela. E a Fundação Hemominas está utilizando este critério.
O coordenador do Hemonúcelo salienta que o doador que teve febre amarela somente poderá doar sangue 6 meses após a cura. Devido à ausência de recomendação específica para Febre Amarela, foi adotado o mesmo critério utilizado para Dengue Hemorrágica. Ao agendar pelo 155, opção 8, o doador também deverá informar ao atendente se recebeu a vacina contra a Febre Amarela.
Durante a triagem clínica que antecede a doação, os doadores também são orientados a informar se apresentaram sintomas ou sinais sugestivos de arbovirores (dengue, chicungunya e Zika). Além disso, Dr. Jadilson Wagner informa que se houver aparecimento de algum incomodo em até 15 dias após a doação, como febre e dor de cabeça, o doador deve entrar em contato com a unidade em que realizou a doação de sangue informando sobre esses sintomas, para que os profissionais possam fazer uma retrovigilância – parte da hemovigilância que trata da investigação retrospectiva relacionada à rastreabilidade das bolsas de doações anteriores de um doador. “É importante que o doador tenha a consciência de nos informar sobre qualquer alteração em sua saúde ligadas aos sintomas citados. Essa atitude é fundamental para que tenhamos uma oferta de bolsas de sangue segura aos nossos pacientes e também um acompanhamento dos nossos doadores de sangue”, disse o coordenador.
Estoque de bolsas de sangue
Segundo informações do coordenador, a ajuda da população quanto a doação de sangue é essencial para as pessoas que necessitam de doações de sangue. Por isso, os doadores de sangue, fidelizados ou não, são ainda mais importantes, neste momento. “Hoje, a nossa realidade em termos de estoque, de concentrado de hemácias, plaquetas e plasma é suficiente para atender a necessidade de qualquer demanda no momento. Porém, os munícipes devem ter consciência, principalmente aqueles que ainda não doaram sangue e que estejam em boa saúde,a vir ao Hemonúcleo para fazer a doação de sangue. Principalmente nesse período de grande cobertura vacinal, que é o impedimento de 30 dias para a doação de sangue”.
Abaixo, a entrevista completa com o coordenador do Hemonúcleo de Manhuaçu, Dr. Jadilson Wagner:
Danilo Alves – Tribuna do Leste