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Comunidade Terapêutica apresenta balanço dos trabalhos realizados

A comunidade terapêutica Santa Mãe da Providência, localizada no Coqueiro Rural, é reconhecida pelos resultados positivos apresentados no tratamento a dependentes químicos. Através de muito trabalho, a entidade vem desenvolvendo um trabalho pioneiro em Manhuaçu, há mais de três ano. A seriedade de quem participa das atividades da comunidade demonstram o quanto a equipe do local está empenhada em salvar a vidas de pessoas que estão imersas no mundo das drogas.

Em balanço das atividades desenvolvidas, durante esses três anos de existência, a instituição conseguiu recuperar 26 homens, que voltaram ao convívio familiar sadio e foram reinseridos ao convívio social harmonioso. Parece pouco, mas para quem está envolvido na causa sabe das dificuldades enfrentadas diante do poder que a droga pode representar na vida de uma pessoa.

Por isso, a instituição desenvolve um trabalho de reintegração do dependente à vida social, proporcionando a inserção em oficinas profissionalizantes e trabalhos ocupacionais. O processo de tratamento consiste de sete a nove meses de internação sob a avaliação e cuidados de uma equipe técnica.

O tratamento no local é gratuito, os residentes plantam o que comem e limpam o que sujam. É um trabalho que exige a adequação e união entre todos os envolvidos em busca de um bem maior, a desintoxicação e, consequentemente, a retomada de uma nova vida, tendo em vista que muitas pessoas podem chegar ao fundo do poço devido ao uso das drogas.

De acordo com o diretor da comunidade terapêutica, Júlio Vilaça, a comunidade busca proporcionar tratamento especializado visando a recuperação e reintegração dos dependentes químicos. “Buscamos deixá-los em abstinência e para isso o indivíduo passa sete meses internado no local. Eles se mudam e moram na comunidade. Desenvolvem trabalhos que buscam o bem comum, como a limpeza da casa e do pátio, o cultivo da horta, e o cuidado com as criações de animais. Tudo feito com escalas previamente determinadas”, conta.

Júlio Vilaça destaca que a Comunidade Terapêutica possui uma equipe técnica a disposição dos residentes, composta por psicóloga, assistente social e um técnico em enfermagem. “A presença destes profissionais dentro da casa tem favorecido o tratamento, por exemplo, as pessoas têm condições de conversar com a nossa psicóloga Renata Magalhães sobre situações do seu dia a dia, e elucidar os possíveis problemasque podem ter com a própria família que está do lado de fora da casa. A nossa assistente social viabiliza um documento que está faltando ou busca uma reaproximação familiar, caso necessário. E na área da saúde o Murilo Fernandez, técnico em enfermagem, monitora esta parte, através da verificação do estado de saúde do residente, tendo em vista que alguns podem chegar aqui debilitados em virtude do vício. Hoje, a equipe técnica faz uma diferença grande dentro da Comunidade Terapêutica, pois são pessoas que gostam do que fazem e estão empenhados em fazer o trabalho em prol dos residentes”, afirma.

Para o diretor da Comunidade Terapêutica, a participação familiar é imprescindível no tratamento de recuperação de um ente que se encontra imerso no vício das drogas. Segundo ele, a família é peça chave no tratamento em função do apoio que ela pode proporcionar. Entretanto, se não houver disposição dos familiares em mudar alguns hábitos em benefício de determinado parente que necessite de ajuda, mesmo que este venha a ter causado tristeza e revolta no convívio familiar, a perda para o mundo das drogas será inevitável. “Se a família achar que aqui é um depósito, aonde está jogando uma pessoa para ficar livre dela por um certo período, todo o tratamento que for feito com este individuo poderá se perder. E hoje nós temos um trabalho com as famílias. Esta iniciativa consiste na visita da nossa equipe aos familiares que possuem um parente que está ingressando na Comunidade. E também temos a Pastoral da Sobriedade, pertencente a Paróquia do Bom Pastor, que foi criada em prol da Comunidade Terapêutica e faz um trabalho contínuo com as famílias.

Júlio comenta que a força de vontade é fator primordial para começar o tratamento, e a iniciativa em busca do livramento do vício passa pela mentalidade do cidadão. “A pessoa deve se conscientizar que está doente e procurar melhorar. Aliás, a nossa única exigência é o desejo da pessoa em querer se tratar. Mesmo que a família queira que a pessoa se trate, se a intenção de se recuperar não partir dela, o tratamento não resolve. Toda a nossa estrutura em nada irá ajudar se a pessoa não quiser se livrar do vício das drogas. 99% depende da força de vontade do indivíduo em se curar das amarras impostas pelas drogas e o outro 1% é composto pelas iniciativas que a casa oferece”.

Segundo o diretor da Comunidade Terapêutica Santa Mãe da Providência, a entidade está de portas abertas para receber as pessoas que desejam buscar tratamento. Para ingressar na entidade, o interessado deve passar por alguns procedimentos como uma triagem realizada pela equipe técnica todas as quintas-feiras no salão Igreja Imaculada Conceição, localizada no bairro Coqueiro, de 7h às 9h. A triagem possibilita que a equipe passe todos os exames e informações que as pessoas precisam fazer para ingressar na casa. Vale salientar que todos os exames solicitados podem ser realizados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos à disposição para atender as pessoas que buscam um tratamento para se livrar das drogas e manter uma vida tranquila e serena”, destacou.

Danilo Alves

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