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Café premiado: agricultura familiar mostra a força do homem do campo

Cada vez mais a agricultura familiar ganha destaque no agronegócio brasileiro, já que é uma importante geradora de empregos no campo e responsável por grande parte da produção de alimentos que abastece o mercado interno. É a base econômica da maioria dos municípios brasileiros e responde por uma boa parcela do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo pesquisas, em 2015, a agricultura familiar era responsável por 80% da produção mundial de alimentos e por 90% das propriedades agrícolas.

A principal característica da agricultura familiar é que a maioria dos envolvidos na plantação e colheita pertencem ao mesmo núcleo familiar, sendo eles pais, filhos, irmãos, tios, primos e avós. Outra característica é o tamanho da área a ser utilizada no plantio e colheita, geralmente não são terrenos muito grandes, comparados aos de grandes fazendeiros.

Recentemente um exemplo de agricultura familiar chamou a atenção da região. O produtor da agricultura familiar, Celso Antônio de Oliveira, do Córrego Palmeirinhas, foi campeão do 13º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, da Região Matas de Minas na categoria Café Natural.Considerado o maior do país em seu segmento, o concurso reuniu 1.853 amostras inscritas, e 24 foram classificadas como finalistas na premiação.

Para Celso Antônio, a satisfação em ter o trabalho reconhecido faz com que ele e seus familiares continuem a produzir café de qualidade. “É uma satisfação produzir, mesmo que em pequena quantidade, e levar o café até a mesa do consumidor. Essa é uma das vantagens da agricultura familiar, a cooperação entre os familiares”. Celso trabalha com mais três irmãos na produção de cafés especiais e todos eles empenhados em produzir produtos de qualidade.

O produtor afirma que a iniciativa em produzir café de qualidade surgiu em 2009, que descobriu através da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), e da Cooperativa Regional Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas do povo que luta (Coorpol), palestras e técnicas de aprimoramento de cafés de qualidade. Segundo Celso Antônio, esses conhecimentos foram aplicados na agricultura e, consequentemente, trouxe resultados positivos ao produtor e sua família.

De acordo com o gerente regional da Emater-MG, Rômulo Matozinho, a entidade atua como um dos principais instrumentos do Governo de Minas Gerais para a ação operacional e de planejamento no setor agrícola do Estado, especialmente para desenvolver ações de extensão rural junto aos produtores de agricultura familiar. “Constitui área específica de atuação o território mineiro, buscando resultados como a melhoria da qualidade de vida e condições de produção dos produtores de agricultura familiar, a inclusão social de grupos e comunidades rurais, por meio de programas geradores de emprego e renda, e as ações de organização rural para o desenvolvimento com sustentabilidade e atendimento aos direitos de cidadania.

Rômulo Matozinho enfatiza que o apoio à agricultura familiar é consequência de uma política estratégica para garantir segurança alimentar e nutricional, além disso, busca proporcionar a inclusão social de grupos marginalizados e permitir o desenvolvimento sustentado de toda a sociedade mineira. “Nossa regional é composta por 24 municípios conveniados, onde o foco principal do nosso trabalho são os agricultores familiares. Buscamos atendê-los, junto com nossos extensionistas, sendo que a maior parte de nosso trabalho é feito com os cafeicultores. Além disso, desenvolvemos ações em parceria e de forma integrada com o Sistema Operacional da Agricultura de Minas Gerais, as diversas organizações e empresas do setor privado e público; e, especialmente, os produtores rurais, suas formas associativas e suas entidades de classe”, finaliza.

Danilo Alves / Lívia Ciccarini

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