Espírito Natalino: Casal decora casa e comemora nascimento de Jesus
Enfeitada da porta de entrada ao telhado, a casa de Neide Lande Eustáquio de Souza, de 70 anos e Rosângela Maria Gomes de Souza, de 64 anos, conta a história de um casal que vive o espírito natalino intensamente, assim como a vida dos dois que é contada em todos os cômodos da residência.
Músicos, fãs de Roberto Carlos e dos Fever, quem tem o privilégio de conhecer a história de Neide Lande e Rosângela, logo percebe que a iluminação e ornamentação da residência marcam o carinho que possuem pelo período natalino.
“Minha mãe fazia árvore com galho de jabuticaba, enfeitava com algodão e nem tinha bolinha, pendurava era caixinha de fósforo. Era uma coisa muito simples, nós colocávamos o sapatinho atrás da porta pra esperar Papai Noel. Coisas que nem tínhamos noção direito do que era porque até então a gente nunca ganhava presente. E muita gente liga a imagem do Natal com os presentes, mas esse não é o real significado. O presente só veio na minha vida quando eu tinha 10 anos, foi a primeira vez que eu ganhei um presente”, conta Rosângela.
Segundo a professora aposentada, que atuou durante 30 anos em Manhuaçu, e que também é musicista e artista plástica, é com carinho que cultiva esse espírito natalino.
A energia positiva do casal contagia o ambiente e leva toda a comunidade do São Vicente a visitar a casa na rua Mascarenha de Moraes anualmente para ver as novidades na ornamentação.
O vendedor Neide Lande, que já se aposentou, mas continua a trabalhar por vontade própria, também é saxofonista e afirma que a história dos dois é parecida. “O meu pai tinha por hábito todos os anos montar um presépio na nossa casa. Eu devia ter entre 4 e 5 anos, e aquilo ficou gravado na minha memória. E como a minha história é mais ou menos igual à dela, desde que nós nos casamos temos esse costume de esperar o nascimento de Jesus. A gente gosta de enfeitar a nossa casa, as crianças do bairro adoram. Vai se aproximando a véspera de final de ano e elas já começam a perguntar: e Papai Noel? Vai ter Papai Noel? (se referindo às luzes que enfeitam a casa). Então ficamos alegres”.
O casal enfeita sua casa no São Vicente há 28 anos, e Neide Lande afirma com alegria que todo o arranjo é feito com carinho para a espera do nascimento de Jesus. “Ele está sempre presente na nossa vida. O meu pai pegava aquelas caixas de sapatos, recortava e fazia aquelas casinhas, estradinhas, e ornamentava o presépio dessa forma, e aquilo ficou na minha cabeça. Como a Rosângela também tinha uma história parecida, hoje temos a felicidade de poder enfeitar nossa casa para esperar nosso grande Jesus”, explica o vendedor.
Para Rosângela, o trabalho deste ano foi o mais bem feito. E a ornamentação começou a ser pensada desde agosto. Para ela, a luz tem um significado maior. “Todas as noites nós ligamos as luzes e nos sentamos ali fora e ficamos horas só observando. A luz pra mim é melhor coisa do mundo. Cada lampadazinha daquela me remete à estrela que Deus colocou no céu para mostrar aos reis magos aonde eles iam encontrar Jesus. Eu olho pra elas e fico imaginando os reis magos caminhando naquela noite escura, até chegar ao encontro de Jesus. Eu me vejo fazendo aquela caminhada, indo em direção a luz”, explica.
O processo de montagem da ornamentação do Natal também é feita em unidade vivenciando aquilo que Cristo propõe a todos no dia a dia. “Isso tudo é feito só por duas pessoas: Eu e ela. Muita gente critica, fala que eu aventuro muito, e eu falo com eles o seguinte: quando eu subo lá naquela comunheira pra pendurar uma lâmpada, eu me amarro numa corda, mas sabe quem me segura? Primeiro é Deus, e segundo é ela! Eu pergunto pra ela assim: você não tá com raiva de mim não, né meu amor?”, conta Neide Lande sorrindo. “Tudo nosso é em comum acordo”, conclui o vendedor evidenciando na vida do casal a presença do amor D’aquele que é o principal foco do Natal verdadeiro: a lembrança do nascimento de Jesus Cristo.
Lívia Ciccarini
