Recolhimento de embalagens de agrotóxicos de Manhuaçu é destaque no Estado
No Brasil existem 113 Centrais de Recolhimento de Embalagens de Agrotóxicos Vazias e uma delas está instalada em Manhuaçu, gerenciada pela ADEMMIG (Associação dos Comerciantes de Defensivos das Matas de Minas Gerais). Ela atende a oito postos de recolhimentos nas regiões que vão de Teófilo Otoni a Iúna (Espírito Santo), de Lajinha a Leopoldina, até a região de Capelinha no sul do estado.
De acordo com o gerente da Central de Recolhimento em Manhuaçu, Idany de Almeida Carvalho o ideal seria que não usássemos agrotóxicos. “Quando armazenados corretamente, os agrotóxicos (produtos fitossanitários) oferecem pouco risco à saúde das pessoas e ao meio ambiente. Este armazenamento correto dos agrotóxicos pode ser feito na origem (fábrica), no intermediário (comércio) e no destino final (propriedade agrícola). Este último é o que nos interessa mais de perto. Na propriedade rural, mesmo para guardar as embalagens vazias lavadas, algumas regras básicas devem ser observadas para garantir o armazenamento seguro. O depósito (foto), destina-se à guarda temporária das embalagens vazias, antes que sejam devolvidas ao fabricante”, explica.
Segundo o gerente, algumas medidas devem ser tomadas antes de armazenar as embalagens vazias. “Os usuários/agricultores devem armazenar as embalagens nas suas propriedades temporariamente, até no máximo um ano, a partir da data de sua aquisição, obedecidas algumas condições”, completa Idany.
As embalagens lavadas deverão ser armazenadas com as suas respectivas tampas e rótulos e, preferencialmente, acondicionadas na caixa de papelão original, em local coberto, ao abrigo de chuva, ventilado ou no próprio depósito das embalagens cheias.
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) também fornece uma relação dos cuidados que o agricultor deve ter ao acondicionar as embalagens dos agrotóxicos no Armazém, com destaque para a altura máxima das pilhas dos vários tipos de materiais.
Mesmo no caso do armazenamento em pequenos depósitos ou da estocagem de pequenas quantidades de produtos fitossanitários nas fazendas, algumas regras básicas devem ser observadas para garantir um correto armazenamento.
São elas:
“É recomendado a construção de um compartimento isolado para o armazenamento de agrotóxicos. Se os produtos forem guardados num galpão de máquinas, a área deve ser isolada com tela de proteção ou parede, e mantido fechado sob chave”, destaca.
Periodicamente (2 vezes ao ano), devem ser realizadas vistorias no depósito, para checar suas condições de segurança.
Sobre o INPEV
O INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, é uma entidade sem fins lucrativos criada pela indústria fabricante de agrotóxicos para realizar a gestão pós-consumo das embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. A legislação atribui a cada elo da cadeia (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) responsabilidades compartilhadas que possibilitam o funcionamento do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos).
O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui mais de 90 empresas e dez entidades em seu quadro associativo.
Liderança Mundial
O Brasil continua sendo líder na destinação de embalagens vazias de produtos agrotóxicos. Atualmente, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado. As embalagens de agrotóxicos são obrigatoriamente recolhidas desde 2002. A nova legislação federal determinou a responsabilidade da destinação final de embalagens vazias para o agricultor, o fabricante e o revendedor. Esse recipiente pode ficar armazenado na propriedade por no máximo um ano. O revendedor tem a obrigação de indicar os postos de recolhimento na nota fiscal e o fabricante de recolher e dar a destinação final ao material.
Sustentabilidade
Além do cinturão verde que foi recomposto no entorno da Central em Manhuaçu, com plantio de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, a unidade conta ainda com um sistema de reaproveitamento de água das chuvas que armazena cerca de 55 mil litros de água para sua reutilização. “A única água industrializada que nós utilizamos aqui na Central é para beber, todo o resto fazemos o uso da água armazenada que antes recebe tratamento com cloro”, ressalta com orgulho Idany de Almeida Carvalho.
Jailton Pereira