Com objetivo de conhecer a experiência bem sucedida, executada no programa Treino & Visita do Instituto Agronômico (IAPAR) e a EMATER do Paraná, membros da rede de referência do Conselho de Entidades do Café das Matas de Minas participaram de missão técnica a Londrina, no norte do Paraná.
Desde 2015, o Conselho iniciou a implantação do Programa “Redes de Referência da Cafeicultura das Matas de Minas”. A ação tem por objetivo promover o engajamento dos cafeicultores, multiplicar a matriz de qualidade aos padrões esperados pelo mercado para o Selo Matas de Minas.
No Paraná, o trabalho em rede já está consolidado. O conceito de rede é o conjunto de propriedades que passou por um processo de melhorias conduzido por agricultores, extensionistas e pesquisadores, e agora serve como referência, a partir dos indicadores técnicos e econômicos obtidos, para um grande número de propriedades semelhantes.
Desde 1987, através de um Programa de Cooperação Brasil- França, técnicos da EMATER-PR foram capacitados por doze meses, pelo técnico francês Victor Labrant, utilizando a metodologia extensionista “Treino & Visita”.
Conhecimento
No Paraná, o grupo assistiu palestras e demonstrações sobre o desenvolvimento do projeto. O principal foco foi aprender o processo de transferência de conhecimento em rede, disseminando as boas práticas esperadas nas propriedades.
Pesquisadores do IAPAR e extensionistas da Emater do Paraná apresentaram o modelo adotado no projeto Treino & Visita, exibiram os planos de estratégico, operacional e tático adotados nas fazendas e os resultados alcançados.
Ainda conheceram o laboratório de degustação de café do IAPAR e um modelo de Rede para assistência técnica e transferência de tecnologia.
Além dos técnicos do Sebrae-MG, Rogério Galuppo e Ereni Emerick, o grupo foi composto pela Secretária Executiva do Conselho das Matas de Minas Amara Alice; o professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV) José Luiz Rufino; o coordenador da Rede das Matas de Minas Sérgio D´Alessandro; o Coordenador do grupo técnico Pedro Antônio da Silva e os membros do grupo técnico Márcio Damasceno e Paulo Roberto Vieira Corrêa, Coordenador da Emater-MG/Manhuaçu.
“Consideramos a visita de suma importância para darmos continuidade aos nossos trabalhos com os cafeicultores de nossa região, objetivando construir e difundir referências para a produção sustentável, bem como aumentar a nossa abrangência por meio de estratégias metodológicas”, destacou Paulo Roberto Vieira, durante a avaliação da visita técnica.
Rede em construção
No ano passado, aconteceu um workshop que apresentou o detalhamento técnico do perfil do café das Matas de Minas e foram criados 16 grupos – redes de referência – cada um com responsabilidade de dar assistência técnica continuada a dez produtores em toda a região.
A Região das Matas de Minas foi estabelecida em 2014 como uma origem produtora de cafés especiais, composta por 63 municípios, situada em uma área de Mata Atlântica, no leste de Minas Gerais, envolvendo os polos de Manhuaçu, Caratinga, Muriaé e Viçosa.
A produção é naturalmente sustentável, marcada pela predominância da agricultura familiar, pelo impacto econômico e social direto e indireto e integração natural entre o homem e a mata, fatores culturais presentes na cafeicultura da nossa região.
É uma área pioneira na chamada qualidade artesanal: o trabalho manual e técnicas desenvolvidas pelos produtores da região para se produzir alta qualidade. O resultado deste trabalho é uma diversidade de nuances e sabores diferenciados, presentes nos cafés, que hoje se destacam nas principais premiações nacionais e internacionais.
Carlos Henrique Cruz