“Manhuaçu perdeu a chance de sair na frente” – Assim definiu o vereador Gilson Cesar da Costa após ver rejeitado o projeto de Lei nº 121/2015 de sua autoria, que proibia no âmbito municipal a realização de rodeios, vaquejadas e outros similares que causam maus tratos e crueldade a animais. Por um período de dois meses, o projeto esteve tramitando junto às comissões, recebeu emenda, alteração, foi discutido em plenário com representantes de ONGs que defendem os animais e finalmente levado à apreciação dos vereadores na última reunião do ano, que aconteceu no dia 21 de dezembro.
Em vários momentos de discussão, o vereador disse que a aprovação de uma Lei municipal proibindo esse tipo de evento seria muito relevante, visto que, em 2013, Manhuaçu ficou conhecida como “a cidade que discriminava e matava animais”. Alguns vereadores discursaram e acharam desnecessária a aprovação do projeto, sob alegação de que já existe Lei Federal que garante a defesa dos animais sem distinção.
Em entrevista concedida à reportagem, o vereador Gilson da Costa explica que se tornou estudioso do assunto e quando teve a ideia de elaborar o projeto realizou várias pesquisas sobre rodeios, de que forma era realizado, domínio do animal fora da arena (treinamento), para pautar dentro um princípio fundamental e não provocar nenhuma dúvida sobre o evento que, segundo ele, causa no animal cansaço e os equipamentos utilizados provocam dor, maus tratos e crueldade.
Ele destaca que, por ser presidente da Comissão de Meio Ambiente não vai encarar a rejeição de seu projeto como obstáculo e pretende continuar seu trabalho de defender os animais. “A Câmara perdeu a oportunidade de mostrar para o País que Manhuaçu defende os animais. Mas, em 2016 estarei discutindo novamente esse projeto e quem sabe, os demais vereadores pensem de forma universal na defesa dos animais”, explica Gilson da Costa.
O vereador não consegue entender por que alguém chama um boi de “atleta”, mas o sangra usando uma espora para exibicionismo na arena. Com orgulho, Gilson da Costa conta que durante o período em que o projeto esteve tramitando nas comissões, uma pesquisa realizada apontava 78% pela aprovação do projeto por parte dos internautas. Para os representantes de ONGs e o próprio vereador que acreditava na aprovação do projeto, a rejeição foi fator surpreendente e tendo apenas quatro votos favoráveis.
Eduardo Satil